05.06.2022
Walter Martins, além de ser arquiteto, é músico e DJ. Toca saxofone no grupo Rosa Mimosa y Sus Mariposas, canta e toca percussões no grupo Ayom. Natural de Luanda (Angola), reside em Lisboa onde além de colaborar com os projetos musicais citados, atua como DJ em vários lugares conhecidos na cidade.
Em resposta à situação de atual emergência devida à pandemia do COVID-19 e à necessidade de promover iniciativas que possam avaliar e atenuar o impacto no âmbito das artes performativas, investigar os efeitos da crise, com enfoque no sector da música, documentar as estratégias aplicadas pelos artistas nas suas atividades criativas e de performance, o Projeto Ágora convida Walter Martins, para compreender os efeitos provocados pela crise sanitária, quer no nível individual, quer no âmbito do sector cultural em Portugal.
Francesco: Olá Walter!
Walter Martins: Olá!
Francesco: Boa noite! Bem-vindo aqui, nesta série de conversas com artistas, músicos, amigos, colegas… e podes-te apresentar, se quiseres… se puderes…
Walter Martins: ok, primeiramente, obrigado pelo convite e por fazer parte deste projeto. Chamo-me Walter Martins, sou músico, angolano, nasci em Angola, em Luanda onde vivi até aos meus 18 anos e na altura mudei-me para Lisboa para começar o meu curso na universidade de arquitetura. Fiz o meu curso de arquitetura, comecei trabalhando como arquiteto, ou seja a minha vida como músico tem mais ou menos uns 5 anos, que sou… pronto! Que trabalho como músico profissional, mas pronto! Digo… ainda nem me considero um músico, considero-me ainda um aprendiz de música… a música sempre fez parte da minha vida, pela minha cultura, pelo meu país, não é? Sempre ouvimos muita música em casa e dançamos… as famosas festas de quintal, ou seja, a música… o meu pai também é um grande amante de música, sempre ouvimos muita música em casa, ou seja esta minha paixão pela música sempre foi, desde… posso dizer desde que nasci, mas pronto! Viver da música, trabalhar com a música é algo ainda recente, assim… na minha vida!
Francesco: E neste período especial que começou logo em Março 2020, também a tua atividade assim… sofreu algum bloqueio, não é? Parou de alguma forma?
Walter Martins: Sim!
Francesco: Desculpa! Queria saber mais ou menos a nível financeiro, qual foi o impacte, por exemplo, quantos concertos normalmente fazias por ano?
Walter Martins: É assim, um ano antes da pandemia, eu fiz… eu pronto, eu sou músico em duas bandas, um dos projetos chama-se Ayom, que é o projeto onde toco como percussionista e tenho outro projeto de trabalho também, que é um projeto de cumbia, que chama-se Rosa Mimosa y Sus Mariposas, onde eu toco saxofone. Digamos que no ano anterior à pandemia, com Ayom fizemos 70 concertos, com a Rosa acerca de 20, portanto posso dizer que num ano fazia 90 concertos…
Francesco: …muito concertos!
Walter Martins: Muitos concertos! E… com a pandemia as coisas complicaram-se muito, não é? Não havia possibilidade de podermos trabalhar, com muita sorte conseguimos ainda fazer alguns concertos no verão de 2020, mas podemos dizer que 20%, algo muito irrisório, se for a comparar com o habitual. Obviamente que houve um grande impacte financeiro, porque neste momento vivia só de música e era esse o meu trabalho e ao qual dedicava todo o meu tempo e como sabemos o trabalho de artista, não é? Tem intrínseco esta busca constante de datas, de trabalho, não é? Não é como um trabalho normal, que vamos das 9 às 18h e dia 30 de cada mês chega aquele salário! Portanto… a partir deste momento que deixamos de poder trabalhar, foi muito difícil conseguir resistir financeiramente, pagar as minhas contas, tinha que fazer… tive que voltar a fazer coisas que fazia antes, trabalhos de arquitetura, de carpintaria, tivemos que nos reinventar um bocado e fazer coisas que não pensávamos fazer para conseguir resistir, mas estamos aqui!
Francesco: E com muitos esforços, conseguiste manter as duas coisas: a música e estas novas experiências de trabalho?
Walter Martins: Sim, sim! De certa forma, tudo o que nós obriga a fazer uma mudança, que nós obriga a tomar caminhos que não esperávamos, também nós trazem coisas boas, outras novidades e surpresas na vida, são sempre janelas que se abrem e que nós fazem às vezes também pensar, mas sim! Foi duro e teve que ter muito jogo de cintura para conseguir manter, porque a verdade é que… a minha ideia sempre foi tentar resistir a isto para continuar a fazer música, para continuar a fazer o que eu gosto e então não tive este primeiro ímpeto, este primeiro instinto de… pronto! Agora vou desistir disso, vou me focar noutra coisa, mas mais no sentido de conseguir o mínimo para resistir para poder
continuar a fazer a vida que eu quero fazer e que eu gosto de fazer!
Francesco: E recebeste algum apoio do governo, algum apoio específico, pediste algum?
Walter Martins: Não! Na verdade, para ser sincero, também não fiz muito por isso, não pesquisei muito, não me candidatei a muitos apoios, mas também tentava pesquisar e saber por muitos amigos, muitos artistas e… pronto! O panorama em Portugal ainda é muito complicado, os apoios são escassos, chegam mas… só que muitas vezes muito atrasados. Na verdade é que tive de pedir o apoio dos meus pais em alguns meses que foram mais complicados e que… principalmente os meses de confinamento em que era impossível fazer qualquer tipo de trabalho e na verdade não consegui apoios da… os poucos que tentei não consegui!
Francesco: E em termos de trabalho criativo, o impacto qual foi, por exemplo, em termos de trabalho individual, estudo, ou de trabalho em grupo?
Walter Martins: É assim, para mim foi uma experiência bastante interessante, porque o meu… o processo de criação, pelo menos nos projetos em que eu trabalho, sempre foi um processo coletivo, não é? Havia sempre a possibilidade de estarmos juntos, juntávamos em algum lugar onde íamos criar, onde íamos… pronto! De alguma forma, criar as músicas, divertirmo-nos, experienciar…. e com o confinamento e por conta desta distância de estarmos distantes uns dos outros, cada um em sua casa, tivemos que começar a fazer isto quase de uma forma virtual, ou seja aprendi a mexer em programas que não mexia, a fazer…
Francesco: …quais?
Walter Martins: Por exemplo, eu não me lembro o nome dos programas, mas basicamente são programa de fazer faixas de música…
Francesco: …ah ok!
Walter Martins: Então começou a criar-se também uma nova forma de criar que era solitária, mais solitária do que coletiva e também esta questão de poder através… pronto! Da tecnologia, ter uma flexibilidade muito maior, ou seja, experienciar coisas em poucos segundos e conseguir ouvir o produto, perceber como funciona… ou seja, foi interessante perceber que mesmo que a gente tenha limitações e que não possa fazer as coisas como fazemos na normalidade, temos sempre alguma maneira de contornar estas coisas e de descobrir coisas novas e acho que a nível criativo a pandemia acabou por ser um período em que criamos muito com os dois projetos que fizemos, lançamos um disco com o projeto Ayom em Novembro de 2020, assim num ato bastante de coragem, quando tudo parecia parado, decidimos lançar e lançarmo-nos nesta aventura, neste desafio… e agora com a Rosa Mimosa, também neste segundo confinamento estivemos a criar o nosso disco que deve sair em breve!
Francesco: E esta decisão de lançar um disco num período tão sinistro, foi realmente corajosa! O que é que vos estimulou ou vos deu a força de acreditar em lançar um disco num período como este, em que toda a gente está em casa fechada?
Walter Martins: Eh! Eu acho que tinha muitos pontos de desvantagem, não é? Em lançar um disco nesta altura, porque normalmente quando se lança um disco temos concertos, temos tournées, temos estas coisas todas e a verdade é que lançar nesta altura, tínhamos sempre este risco, não é? Ainda hoje temos este risco, porque nós estamos em Novembro, oxalá que tenhamos uma boa tournée de verão de lançamento do disco, mas ao mesmo tempo algo instintivo em nós dizia que era a hora de lançar isso. Por outro lado também tínhamos as vantagens de as pessoas terem muito menos ofertas de concertos, muito menos oferta de música, de arte, de estímulos de positividade. Estamos num momento tão negro da humanidade que por um lado as pessoas estarão mais receptivas a ouvir, a pesquisar, têm mais tempo também para estar em casa, para ouvir e por outro lado, acho que como músico e como artista é esse o nosso papel na sociedade e acho que era um momento em que a sociedade precisava mais disso, portanto de certa forma também houve este chamamento quase de… do nosso papel, da nossa função na sociedade, de dar arte às pessoas e de dar esperança às pessoas, positividade, música! Vamos pensar que as coisas vão melhorar, que vão correr melhor! E pronto! Lançamo-nos nesta aventura!
Francesco: E pelos vistos foi uma grande decisão!
Walter Martins: Foi! Foi uma grande decisão porque, para a surpresa de todos nós o álbum tem sido premiado por várias revistas importantes, blogs de world music em todo o mundo, como a revista Songlines por exemplo, que é uma das revistas que eu mais gosto e que eu mais sigo dentro do mundo da world music, portanto é sempre uma grande satisfação, não é? Em receber esta valorização de algo tão grande, é algo quase que nós transcende e que nós admiramos é muito… tem sido muito bonito esse…
Francesco: …e a coisa mais linda… visto que sei porque estou um pouco envolvido nesta história, é que este disco foi feito e realizado aqui nesta casa fantástica no meio do Alentejo…
Walter Martins: …é verdade!
Francesco: Isto é incrível!
Walter Martins: Isto foi incrível! Foi um momento muito mágico porque, não é? Nós juntamos aqui para criar, não é? Para criar músicas, era um projeto que tinha acabado de nascer, estávamos todos com muita vontade, com muitas ganas de criar e a verdade é que tivemos uma química incrível, logo as coisas funcionaram muito rápido, muito fácil, muito naturalmente… e pronto! Logo decidimos de gravar as músicas, fizemos um home studio mesmo aqui nesta casa e fomos muito valentes e a verdade é que agora estamos a receber os frutos disto, das sementes que plantamos, não é? Colher um pouco os frutos disso e frutos que nós nunca esperávamos que alguma vez…
Francesco: …uma história incrível!
Walter Martins: Mas sim! A verdade é que às vezes é isto mais que interessa, a simplicidade, o amor, a dedicação, a verdade! Eu acho que isto, estas coisas conseguem de alguma forma tocar as pessoas, conseguem de alguma forma passar esta mensagem que nós como artistas queremos passar!
Francesco: E em relação aos concertos que conseguiste depois fazer em 2020, o que é que sentiste nos momentos digamos assim mesmo da performance, em tocar em frente a uma audiência… digamos tapada por uma máscara, distanciamento social, qual é a sensação do performer, no teu caso… por exemplo? O público… como é que sentiste o público depois do primeiro confinamento?
Walter Martins: Eu posso e confesso-te que pensei que ia ser muito pior!
Pensei que ia ser uma coisa completamente diferente, pensava: ah! O público com máscara, sentado… tanto num projeto como no outro… é música muito de dançar, muito enérgica! Então, pensamos que… pronto! Que ia ser muito triste, que ia ser muito cinzento e a verdade é que não! A verdade é que não é preciso a gente ver a cara de uma pessoa para perceber que ela está a sorrindo ou que ela está contente, mesmo que tenha a cara tapada ou mesmo sentada, sem poder se mover, sem poder dançar livremente, consegues na mesma perceber que estás a tocar nas pessoas, que as pessoas estão a gostar e que estão a ter ali uma experiencia emotiva, ou seja, eu diria que é diferente… sem duvida é diferente, mas tem a sua beleza na mesma, tem a sua magia na mesma, nisto acho que não perdeu nada!
Francesco: Ok, fantástico! E em relação aos concertos online, em live streaming e estes novos formatos de música que está surgindo nesta altura, este novo formato… muitas bandas fazem performances em casa, zoom, etc. e os festivais começam a adotar este tipo de formato para conseguirem que a música continue… o que é que achas? O que é que sentes em relação a isso? Se fizeste já algum? Ou…
Walter Martins: …sim! Durante a pandemia também fizemos alguns concertos em streaming! É assim: eu para ser sincero acho que nada consegue substituir o impacto da música ao vivo, o impacto de estarmos a ver uma coisa a estar a acontecer ali no presente e que nós estamos a ver com os nossos olhos. Acho que o streaming é uma boa solução, para este tempo e para estas limitações e eu acredito que será uma solução temporária porque acho que a partir do momento que se possa novamente fazer concertos como na normalidade, podermos estar todos juntos e seguros, acho que ninguém vai optar pelo streaming, não acho que vai virar uma tendência! Acho que simplesmente é uma tendência temporária e muito dentro daquele discurso que falei atrás, não é? Da gente ter que arranjar maneiras e contornar os obstáculos para continuar a fazer o que gosta, continuar a fazer o nosso papel como artistas, fazer isto chegar às pessoas. Portanto, neste momento eu acho que se tiver que ser streaming, será streaming, quando tenho que ir ver um concerto, se não posso ir ver ao vivo, verei em streaming e terei imenso prazer, mas sinceramente acho que isto será uma solução temporária.
Francesco: Ótimo! Portanto, em relação às estratégias que os músicos podem ter para continuar a trabalhar com música, pode-se… digamos, considerar o live streaming como uma opção, ou há outras estratégias possíveis? Pensaste alguma vez no que é que podemos fazer para… se isto continuar muito tempo, como é que podemos? Difícil?
Walter Martins: Eu prefiro acreditar que isto não vai durar muito tempo! Eu acho que a… que assim: isto também é um problema muito complexo, não é? É uma questão muito difícil de contornar em certos pontos, como o de ter muita gente junta, não é? Teríamos que talvez reduzir muito mais as pessoas e ter muito mais espaço, ou seja dentro de como funciona o mercado da música, eu acho difícil fazer mais do que se já está a fazer, não é que me vem uma ideia assim…
Francesco: …mas por exemplo os estádios de futebol para o Europeu de 2021, estão pensando em meter o 25% do público, eventualmente os festivais deverão ou poderão pensar… não sei…
Walter Martins: …é! Poderia ser uma opção sempre, seria sempre um número limitativo das pessoas, não é? Mas obviamente que… acho que isso muda todo o cenário, não é? Porque se um festival que traz 20 ou 50 bandas, que vive de bilheteira ou seja que consegue um retorno deste seu investimento de bilheteira, com menos pessoas… pronto! Teria que ser um festival alargado se calhar a um mês e as pessoas vão passando quase… quase mais como um teatro, como um circo, que são sempre coisas mais demoradas, mais prolongadas, talvez pudesse ser uma opção! Mas pronto! É… eu acho que é um pouco, acho que a única forma realmente viável economicamente para fazer estes eventos grandes seria exatamente arranjar espaços grandes, que normalmente não são espaços de concertos ou algo que permitisse ter mais gente, mas para ter mais gente precisávamos também de espaços muito maiores para conseguir manter a segurança: o estádio de futebol é uma boa ideia por exemplo, mas é… e pronto! Espaços ao ar livre, acho que também as praças das cidades, voltar a reabitar estes espaços e a dar estes lugares aos artistas, não é? Porque os artistas todos nasceram na rua, da vida quotidiana, portanto poderia ser também interessante isso, não é? Sairmos um pouco do conceito de sala de espetáculo interior, que vai ter todas estas condicionantes, que em relação ao vírus são complicadas de gerir e pensar talvez a fazer coisas mais ao ar livre, ocupar espaços da cidade que se calhar são… estão mais abandonados neste sentido e trazer as pessoas a contemplar também estes espaços, acho que poderia ser uma via!
Francesco: Ótimo! Em relação à questão do músico e da precariedade dos músicos, houve alguns movimentos ou digamos grupos que trabalharam um pouco esta questão da solidariedade, refiro-me por exemplo à União Audiovisual, existem sindicatos que estão querendo fortalecer-se e chamar a atenção para vários músicos alinharem em vários projetos distintos, para que exatamente a questão da precariedade do sector artístico seja tratada por uma… digamos por decisões políticas, ou seja, pode ser um momento também de mudanças neste sentido? Quais as tuas espectativas em relação à política da cultura?
Walter Martins: Eu acho que, por exemplo, digo para o caso do país onde vivo que é Portugal, não é? Eu acho que esta pandemia foi mais uma alerta, foi mais um trazer ao de cima um problema que existe e que normalmente está disfarçado, que é perceber que os operadores da cultura estão muito… digamos assim “abandonados”, muito pouco salvaguardados! E neste momento em que veio a pandemia e em que falamos de saúde, de morte e de coisas que parecem tão mais importantes, parece que a cultura é uma coisa que não é importante, não é urgente. Urgente é manter a população a funcionar, a indústria a funcionar, a comida a chegar à casa das pessoas, não é? E acho que os artistas sem dúvidas e a parte da cultura, ficou um bocado para trás, não é? Como se não fosse uma coisa urgente, urgente agora são os médicos, são os trabalhadores da parte alimentar… Houve aqui uma nova cadeia, não é? Uma nova estratificação, em qual a cultura ficou como se fosse para o último ponto, para o último posto, não é? O que eu condeno! Isso… acho que a cultura é muito necessária para a sociedade e eu acho que a pandemia vai exatamente mostrar isso, que além destas pessoas não estarem salvaguardadas, não é? E perceber-se que a primeira vez que não têm trabalho, não têm maneira de trabalhar, não têm maneira de obter algum rendimento, estas pessoas não estão a conseguir manter-se, não estão a conseguir chegar aos apoios que o Estado dá, esses apoios chegam tarde, a más horas, poucos, muito escasso, conheço muitos, muitos, muitos amigos que trabalham na cultura como: assistentes de palco, como técnicos de som, como todas estas pessoas que estão completamente desamparadas! E isto mostra um problema e traz um problema e eu espero que este sacrifício que estamos todos a passar seja o suficiente para abrir os olhos dos políticos e de quem nós lidera, não é? De perceber esta lacuna que está intrínseca e também de perceber da importância que nós temos dentro da sociedade, principalmente quando estamos a passar um momento de tristeza, é? De dureza da vida, ou seja, somos muito importantes nesta altura para manter as pessoas positivas, para manter as pessoas alegres, para conseguirmos dar este doce que a vida não nos está a dar neste momento e pronto! Espero que isto seja suficiente para abrir os olhos e para nós também artistas, nós impulsionadores da cultura nos movermos e começarmos a lutar para sermos mais respeitados e para sermos mais valorizados!
Francesco: Muito obrigado Walter, o teu contributo é ótimo e deste algumas sugestões superinteressantes. Vai ser muito útil para quem vai ouvir e para mim também que estou aqui a ouvir agora e para terminar a nossa entrevista, queria saber se das várias produções em que foste envolvido desde o princípio da pandemia, se podes nós aconselhar duas músicas, duas musiquinhas para alegar aqui à entrevista, para depois à posteriori quando ela sair, podermos ouvir-te a tocar percussões… o que é que nos aconselhas? Duas musiquinhas…
Walter Martins: …ok! Então pronto, vou aconselhar assim, sugerir duas músicas, uma de cada projeto em que participo. Pronto: do projeto Ayom, sugiro ouvirem “A Maré e o Luar” porque é um semba inspirado na música popular angolana e acho que vão gostar, é uma música muito dançante, muito enérgica e ao mesmo tempo com uma grande poesia e romantismo atrás!
Francesco: “Maré e o Luar” que é do disco?
Walter Martins: Do disco “Ayom” , do primeiro disco do grupo Ayom. E depois posso aconselhar da Rosa Mimosa Y Sus Mariposas a música “Rio Arriba” que é uma música que quem compôs foi o nosso guitarrista Olmo Marín!
Francesco: Olmo Marín!
Walter Martins: Umgrande músico e amigo excecional, com um talento incrível e fizemos esta música e compusemos para o disco, que vai sair muito em breve e espero que vocês gostem!
Francesco: E o lançamento previsto para?
Walter Martins: O lançamento está previsto para final de Junho [2021], está quase…
Francesco: …perfeito! Em tempo para…
Walter Martins: …está no forno, quase a sair…
Francesco: …está no “forninho”! Quase a sair… que maravilha! Eu gosto muito de saber e de conversar com pessoas que utilizaram este período de maneira positiva, guardando esta positividade… e produtiva, como é no teu caso, é mesmo assim! Produziste, estão saindo discos, portanto, os meus parabéns e agradeço-te pelo contributo mais uma vez, muito obrigado Walter!
Walter Martins: Obrigado eu Francesco!
Francesco: Obrigadíssimo! Grazie e mille!
Walter Martins: Obrigado!
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