A situação de emergência provocada pelo Covid-19, afetou gravemente uma grande multiplicidade de profissões ligadas à cultura e às artes, provocando a paralisação do sector cultural. Audrey Azoulay, diretora geral da UNESCO, afirmou que “Precisamos de cultura, por isso precisamos de ajudá-la a sustentar este choque”, acrescentando a necessidade de promover iniciativas no sector com o objetivo de avaliar o impacto da crise.

O Projeto Ágora pretende investigar o impacto da crise no sector da música em Portugal e documentar as estratégias aplicadas pelos vários agentes culturais, com enfoque nas atividades criativas e de performance durante o período de confinamento e no seguinte período marcado pela escassez de eventos com público, como concertos, festivais, tournées, etc. A pesquisa assenta em trabalho de campo etnográfico e realização de entrevistas com trabalhadores ligados à área da música, pesquisas no campo e online. O conjunto das entrevistas inclui músicos, técnicos, produtores, promotores, agentes e público. Além das entrevistas, o Projeto Ágora propõe um conjunto de performances ou trabalhos criativos concebidos a partir do período de quarentena de 2020, em formato audiovisual (álbuns, vídeos, singles, live streamings, etc.).

Os resultados da investigação são publicados na plataforma Ágora, que pretende ser um espaço de reflexão, debate, análise documental sobre os diversos constrangimentos assim como as soluções e caminhos dos vários agentes culturais para que continue a haver arte e cultura. Os constrangimentos e as soluções derivadas deste período excecional, vão determinar novas práticas e novas realidades no futuro da cultura geral e em particular, nas artes performativas. Através da recolha de dados, além de avaliar as novas práticas no sector da música, Ágora documenta também uma parte consistente do património artístico/musical nacional contemporâneo, agregando informação útil para os trabalhadores do sector. O projeto recebeu o apoio da DGArtes.