Ainda Há Arraial Na Mouraria (2024) #11 – Filipe Sambado (entrevista 21-05-24)

Ainda Há Arraial Na Mouraria (2024) #11 – Filipe Sambado (entrevista 21/05/24)

A Filipe Sambado apresenta o seu último álbum “Três Anos de Escorpião em Touro (2024) na Radio Olisipo. Vai tocar no Ainda Há Arraial Na Mouraria (2024), no dia 15/06/24.

Autor:

Francesco Valente

A Filipe Sambado cria, compõe, escreve e produz música intrinsecamente portuguesa. Passou a infância e a adolescência em Elvas, Vila Nova de Santo André e Lagos. Regressou a Lisboa para estudar Teatro e Dramaturgia na Escola Superior de Teatro e Cinema e Técnicas de Som na Restart, acabando por se fixar nesta cidade. É co-fundador da produtora e agência musical Maternidade. Integrou o coletivo Springtoast Records.

Filipe Sambado faz canções imediatas que nos fazem cantar e reflectir sobre o mundo que nos rodeia e afecta. Composições notáveis ​​que partem de uma matriz pop e consolidam um universo sonoro que tanto estabelece cumplicidades com a música portuguesa – da canção de autor à música popular e de baile -, como se deixa contaminar pelo krautrock, lo-fi ou a hyperpop. 

Filipe Sambado – Caderninho (2023) (single)

Filipe Sambado – Caderninho (2023) (single)

CONCERTOS DE APRESENTAÇÃO:

16 NOVEMBRO – LUX FRÁGIL, LISBOA. Bilhetes aqui.

23 NOVEMBRO – CCOP, PORTO. Bilhetes aqui.

Filipe Sambado edita o seu 4.º álbum de originais. “Três Anos de Escorpião em Touro”, é o mais íntimo longa-duração da artista, um reflexo das várias mudanças significativas que aconteceram neste período.

A obra de quinze temas foi sendo conhecida ao longo do verão através do álbum visual homónimo com os títulos: “Mau Olhado”, o single “Talha Dourada”, “Choro da Rouca”; “Laranjas/Gajos”, “Entre os Dedos das Mãos”, e por último Caderninho

Numa carta aberta a todas as pessoas a que chega “Três Anos de Escorpião em Touro”, Filipe Sambado escreve:

“Aconteceram em mim mudanças significativas durante estes Três Anos de Escorpião em Touro: a minha reafirmação de género, uma reconstrução familiar (ser pai, mãe, papita ou outro papel de parentalidade não binária), reapropriação discursiva, incerteza, ansiedade, depressão, que trouxeram consigo um confronto com a identidade. 

Este trabalho exigiu uma transposição muito concreta de imagética metamórfica, em consequência de todas estas vivências e do período em que foi criado: o cenário eco ansioso, pré-apocalítico, pandémico, pós-pandémico e esta profunda crise belicista do autotélico regime antropocénico, que nos estrangula com a aproximação a uma meta já visível. 

A resiliência de algumas memórias ou o brotar espontâneo de outras mais esquecidas, fundem-se entre si, talvez troquem alquimiamente de existência. Esse processo celebra-se na narrativa informal do disco, nas canções, entre canções, na composição, na instrumentação, no espaço e nas mudanças de espaços, na poesia, na melodia, na harmonia, na estrutura, na estética e no questionamento constante de todas as valências nele abordado. Imperou, na produção, esta urgência de trazer para vários planos e dimensões, a efetividade da imagem e a transcendência da mesma, assim como esta variabilidade e instabilidade mutante. Isto é o simulacro dum bombardeamento, de toda a ostentação barroca, que é o ruído do fim.

“You are excrement. You can change yourself into gold.” (Jodorowsky, 1973).

Há uma notória sugestão esotérica no título, uma atribuição de culpas às condicionantes astrais. O impacto do meu Saturno e do meu ascendente em Escorpião, num conflito de três anos com Vénus em Touro. É a minha imagem social, são os meus receios e inseguranças em luta com as minhas rotinas e com o amor que nelas expresso. É um duelo de aparências. No fundo, procuro encontrar aqui a leveza necessária, um contraste com o peso do mundo. Dedicar fé e crença em infactualidades, mas de observação e dedução milenar. Ao mesmo tempo, esperar que a força gravitacional de um conjunto de astros do nosso sistema solar, possa ser responsável pela gestão do meu arbítrio, descansa-me tanto as noites, quanto as atormenta. 

O referencial comportamental do horóscopo perpetua arquétipos, estereótipos, caracteres e preconceitos, todavia com muita simbologia e significância de útil aplicação na compreensão e explicação empírica. É uma espécie de senso comum astral. 

Pegando nestes pressupostos herméticos, pretendi interligar a videografia e os grafismos deste álbum, conectando elementos do zodíaco constituintes do meu mapa astral, no tecido textual dos vídeos. Há outros esoterismos e paganismos latentes na minha obra e neste trabalho, que andam de mão dada com a expressão naturalista e desafiadoramente concreta da tradição. Isto é a necessidade de criar gramática para novas realidades, novas experiências, por isso novas inteligibilidades, novas noções de sublime e de poética, são a metamorfose do progresso.

Acredito que a expansão do objecto artístico através de outros meios, produz e recria sentidos. O intuito deste álbum visual, é adicionar linguagem e ramificações ao que foi criado no aspecto musical e sonoplástico. Chegar à palavra pela imagem, ao som pela experiência ou pela indução, sugerir a abstracção pelo concreto, propôr o subjectivo.

Senti a necessidade de criar gramática para novas realidades, novas experiências e por isso novas inteligibilidades, noções de sublime e de poética para o progresso. São canções dum cancioneiro comum que transgridem o local de existência e de pertença. O tempo e a paisagem são o que define o objecto. A diferença entre a aberração e o belo, o estranho e o comum é dada pelas condicionantes que o rodeiam.”

Três Anos de Escorpião em Touro” está a partir de agora disponível em todas as plataformas.As primeiras apresentações ao vivo deste disco acontecem em Lisboa e no Porto, no Lux Frágil e no CCOP respetivamente, nos dias 16 e 23 de novembro.

Entre Os Dedos Das Mãos – Filipe Sambado (2023) (single)

Entre Os Dedos Das Mãos – Filipe Sambado (2023) (single)

FILIPE SAMBADO LANÇA “ENTRE OS DEDOS DAS MÃOS”
5.ª CANÇÃO DE “TRÊS ANOS DE ESCORPIÃO EM TOURO”

Este é o quinto vídeo deste álbum visual que antecede e apresenta o disco “Três Anos de Escorpião em Touro”. Conta a história de uma casa devoluta, inabitada, protegida por panos que voam por entre um grupo de pessoas que a ocupam e a vivem em conforto e felicidade. Esta família é vigiada por uma Eva, um protótipo de IA que tenta interpretar a troca sensorial do que a rodeia.

Realizado por Diego Bragá (artista transdisciplinar para quem Sambado produziu alguns temas do seu último trabalho “Super Puta”) e Miguel Afonso Carranca (realizador da “Jóia da Rotina” e do filme “Cenas duma Vida Amorosa” protagonizado por Sambado) filmado em Vila Franca de Xira na Quinta de S. José (que está para venda).

“A canção propõe uma liquidificação temporal através da ideia do slowmotion e num arrastamento contrário à ditadura do horário circadiano. Os aspectos lânguidos da produção e da composição da canção, misturam-se com a percussão musculada e austera, a caixa mirandesa e a distorção. Um contraste que acentua a tortura do tempo que se perdeu e perderá.”
Filipe Sambado

Ensinou os dedos de rameira
Remexendo em tudo muito embora
Seja sem prazer que tudo queira
Trinque e deixe a meio e deite fora.
O tempo de dizer a vida é breve
O tempo de viver há quem o diga
Só espera que o diabo que o leve
O tempo tem mais olhos que barriga. (Félix, 1999)

Caminhamos a passos largos para o lançamento de “Três Anos de Escorpião em Touro”, que acontece já no próximo dia 29 de setembro.

O mais íntimo longa-duração de Filipe Sambado, um reflexo das várias mudanças significativas que aconteceram na vida pessoal e profissional da artista. O lançamento do seu novo disco é o derradeiro passo na apresentação do universo “Três Anos de Escorpião em Touro”, quando se tornar disponível na sua forma completa a todas as pessoas.

Ficha técnica – Entre os Dedos

Filipe Sambado – Entre os Dedos das Mãos

Lua e Júpiter em Aquário ♒️ na 3ª casa

Produção e Arranjos
Filipe Sambado, Bejaflor e Rodrigo Castaño

Percussões Chinaskee

Realização
Diego Bragà e Miguel Afonso Carranca

Bailarines
AURORA
Cecília Henriques
Celeste
Edie
Luan Okun
Maroskas
Raimundo
Yunne
Zaya

Produção
Yago Barbosa

Fotografia
João Gambino

Edição
Ana Ladislau

Côr
Filipe Fernandes

Direcção de Arte
Filipe Sambado

Styling e Guarda Roupa
Sara Soares cest.fantastique
Agradecimentos veehana

Make up, Cabelo e Caracterização
420bombshell

Consultoria e Exploração de Ideias
Filipe Sambado
Cecília Henriques
Diego Bragà
Duarte Coimbra
Miguel Afonso Carranca
Nat Loyola

Agradecimentos

SPA
GDA
Altafonte
Ao Sul do Mundo
Myth Agency
Maternidade

Filipe Sambado – Choro Da Rouca (2023) (single) ID

Filipe Sambado – Choro Da Rouca (2023) (single) ID
3.ª CANÇÃO A SER DESVENDADA DE “TRÊS ANOS DE ESCORPIÃO EM TOURO”
Depois do lançamento do tema-introdução “Mau Olhado” e do primeiro single “Talha Dourada”, Filipe Sambado desvenda um pouco mais do seu próximo disco “Três Anos de Escorpião em Touro” com a edição da canção “Choro da Rouca”.

“Choro da Rouca” já foi apresentada ao vivo, inclusive em rádio, mas é a primeira vez que a versão de estúdio chega às plataformas digitais. “Uma música profundamente triste e de desistência, com uma harmonia muito tensa e fechada.” Nas palavras de Sambado, uma canção “a intensificar a proximidade ao canto sussurrado, do segredo que desespera o ouvido”.

Uma das grandes curiosidades deste lançamento é que é acompanhado por um videoclipe realizado pela própria artista, marcando a estreia de Sambado enquanto realizadora nos seus próprios vídeos. Responsável também pela fotografia e a arte, já a montagem e edição ficou nas mãos de Perdido que editara a “Mau Olhado” e a “Talha Dourada” (realizou no disco “Vida Salgada” os vídeos das canções “Aprender e Ensinar”, “Subo a Montanha” e “Roda a Garrafa”. Parceria que se iniciou com o disco “Bicho” do cantautor e videografo carioca aquando da sua passagem por Portugal ), e que ajudou a artista na concretização da “amálgama hipnagógica”, palavras com que define este vídeo.

As muitas canções que compõem o resto de “Três Anos de Escorpião em Touro” serão conhecidas a partir de setembro. Durante o restante verão vamos dançando, contemplando e chorando com a “Mau Olhado”, “Talha Dourada” e a mais recente “Choro da Rouca”.
Ficha técnica – Choro da Rouca / Filipe Sambado
Produção e Arranjos 
Filipe Sambado e Rodrigo Castaño

Mistura
Eduardo Vinhas

Masterização
Mário Barreiros

Realização 
Filipe Sambado e Perdido
Fotografia Arte e Produção 
Filipe Sambado
Edição 
Perdido
Assistência 
Maroskas 
Cecília Henriques
SPA
GDA
Altafonte
Ao Sul do Mundo
Myth Agency
Maternidade

Filipe Sambado – Talha Dourada (2023) (single) ID

Filipe Sambado – Mau Olhado (2023) (single)

FILIPE SAMBADO LANÇA “MAU OLHADO”


SINGLE 0 DO NOVO DISCO, “TRÊS ANOS DE ESCORPIÃO EM TOURO”, A SER EDITADO EM SETEMBRO 2023

“Mau Olhado”, é o single de avanço do novo disco de Filipe Sambado “Três Anos de Escorpião em Touro”, a ser editado em setembro de 2023.



Não se assumindo como tema-introdução a “Três Anos de Escorpião em Touro”, este single “zero” é antes um vislumbre daquilo que será possível ouvir, ver e sentir neste novo trabalho de artista, fruto de um período de introspecção e descoberta, que resultou em profunda partilha e intimidade.



“Aconteceram em mim mudanças significativas durante estes Três Anos de Escorpião em Touro: a minha reafirmação de género, uma reconstrução familiar (ser pai, mãe, papita ou outro papel de parentalidade não binária), reapropriação discursiva, incerteza, ansiedade, depressão, que trouxeram consigo um confronto com a identidade. 

Mau Olhado é sobre um episódio num concerto de Vaiapraia e da Sreya no b.leza, em Lisboa. Eu sentia que olhavam para mim, em cada movimento ou passo que iniciava. Em cada esboço de tentativa de felicidade via-me a mim no ridículo. Era uma angústia que transformava a minha expectativa distorcida de mim, no objecto daquela plateia. Era uma daquelas experiências, em que o corpo saía do corpo, para se ver a si numa viagem astral ou numa projeção consciente. “

Filipe Sambado

Filipe Sambado deixa o convite a ver e ouvir – mais novidades estão para muito (muito) em breve.

Mau Olhado – Ficha técnica

Produção e arranjos
Filipe Sambado
Rodrigo Castaño
Bejaflor

escorpião
Ascendente, 
Saturno e Urano na 1ª casa e 
Plutão na 12ª 

Realização 
Martim Braz Teixeira

Cavaquinhos 
Jessy Twin e Kessy Twin

Fotografia 
Pedro Bessa 
Martim Braz Teixeira

Edição 
Marcelo Perdido

Côr
Filipe Fernandes

Produção
Yago Barbosa

Direção de Arte
Nat Loyola

Direcção de actores
Cecília Henriques

Styling 
Sara Soares cest.fantastique agradecimentos à Sara Valdez 

Make up, Cabelo e Caracterização
420bombshell

Consultoria e Exploração de Ideias
Filipe Sambado 
Cecília Henriques 
Martim Braz Teixeira 
Diego Bragá 
Duarte Coimbra 
Miguel Afonso Carranca

Agradecimentos 
Pro Dança 
112 Estúdios
Algures no Planisfério

Sreya 
Carlos Cipriano
Marta Cruz
Ana Viotti
Miguel Manso
Ricardo Branco

Altafonte Portugal 
Myth Agency 
Ao Sul do Mundo
Maternidade
SPA

Filipe Sambado – Mau Olhado (2023) (single)

Filipe Sambado – Mau Olhado (2023) (single)

FILIPE SAMBADO LANÇA “MAU OLHADO”


SINGLE 0 DO NOVO DISCO, “TRÊS ANOS DE ESCORPIÃO EM TOURO”, A SER EDITADO EM SETEMBRO 2023

“Mau Olhado”, é o single de avanço do novo disco de Filipe Sambado “Três Anos de Escorpião em Touro”, a ser editado em setembro de 2023.



Não se assumindo como tema-introdução a “Três Anos de Escorpião em Touro”, este single “zero” é antes um vislumbre daquilo que será possível ouvir, ver e sentir neste novo trabalho de artista, fruto de um período de introspecção e descoberta, que resultou em profunda partilha e intimidade.



“Aconteceram em mim mudanças significativas durante estes Três Anos de Escorpião em Touro: a minha reafirmação de género, uma reconstrução familiar (ser pai, mãe, papita ou outro papel de parentalidade não binária), reapropriação discursiva, incerteza, ansiedade, depressão, que trouxeram consigo um confronto com a identidade. 

Mau Olhado é sobre um episódio num concerto de Vaiapraia e da Sreya no b.leza, em Lisboa. Eu sentia que olhavam para mim, em cada movimento ou passo que iniciava. Em cada esboço de tentativa de felicidade via-me a mim no ridículo. Era uma angústia que transformava a minha expectativa distorcida de mim, no objecto daquela plateia. Era uma daquelas experiências, em que o corpo saía do corpo, para se ver a si numa viagem astral ou numa projeção consciente. “

Filipe Sambado

Filipe Sambado deixa o convite a ver e ouvir – mais novidades estão para muito (muito) em breve.

Mau Olhado – Ficha técnica

Produção e arranjos
Filipe Sambado
Rodrigo Castaño
Bejaflor

escorpião
Ascendente, 
Saturno e Urano na 1ª casa e 
Plutão na 12ª 

Realização 
Martim Braz Teixeira

Cavaquinhos 
Jessy Twin e Kessy Twin

Fotografia 
Pedro Bessa 
Martim Braz Teixeira

Edição 
Marcelo Perdido

Côr
Filipe Fernandes

Produção
Yago Barbosa

Direção de Arte
Nat Loyola

Direcção de actores
Cecília Henriques

Styling 
Sara Soares cest.fantastique agradecimentos à Sara Valdez 

Make up, Cabelo e Caracterização
420bombshell

Consultoria e Exploração de Ideias
Filipe Sambado 
Cecília Henriques 
Martim Braz Teixeira 
Diego Bragá 
Duarte Coimbra 
Miguel Afonso Carranca

Agradecimentos 
Pro Dança 
112 Estúdios
Algures no Planisfério

Sreya 
Carlos Cipriano
Marta Cruz
Ana Viotti
Miguel Manso
Ricardo Branco

Altafonte Portugal 
Myth Agency 
Ao Sul do Mundo
Maternidade
SPA