Daniel Catarino (entrevista) – Megafauna (2023) (álbum)

Daniel Catarino (entrevista) – Megafauna (2023) (álbum)

Autor: Francesco Valente
Entrevista realizada no dia 12/07/23

Daniel Catarino apresenta o novo álbum dos “Megafauna” (2023)e anuncia os próximos concertos na Rádio Olisipo.

DISCO MEGAFAUNA
Observar o mundo de perto com olhos de satélite
Megafauna é o primeiro disco da Trilogia Bioma, em que o artista alentejano migrado no Porto se propõe a ligar metaforicamente as diferentes formas de vida com as especificidades humanas. O álbum surge 2 anos depois do EP Isolamento Voluntário?, e 4 anos após o LP Sangue Quente Sangue Frio. Desde 2018 que Catarino se apresenta ao vivo em power trio, e o formato vê agora a sua sonoridade impressa neste novo registo, com mais rock para reforçar a acutilância das palavras.

O novo disco de Daniel Catarino aborda dúvidas existenciais sem propor qualquer resposta e se questiona sobre quem se acha no direito de ter certezas. É um disco de cantautor, mas com os amplificadores bem altos.

A fauna proposta no título do álbum surge representada logo no primeiro tema, “Manequim”, e propaga-se por “Fado do Caixão” e “Olho do Tubarão”, que retratam os humanos pela forma como tratam os animais e os seus habitats, entre porcos a que só é reconhecido valor pelo sabor dos seus cadáveres, repastos de peixes em extinção, cães e gatos maltratados, e um tubarão que chora plástico.

Se “Fodidos” e “Até o Mais Honesto é Guloso” abordam a política social na era das opiniões debitadas em instrumentos de plástico, também há entradas a pés juntos no osso da precariedade artística em “Sonhos Sem Objectivos” e “Berço de Ouro”, que soltam lágrimas de raiva e uivos de ironia por não vivermos o mundo que sonhámos.

Embora os temas sejam largamente universais, “Teias de Aranha” fecha o disco com desabafos pessoais, narrando hipóteses perdidas, arrependimentos mal resolvidos e o amor enquanto força (des)motivadora.

Musicalmente, é rock. São canções rock despretensiosas, interpretadas maioritariamente no formato power trio que apresenta ao vivo, com momentos de psicadelia não conformada. É possível que não seja disco de deixar a rodar enquanto se escreve uma tese de mestrado ou se lava a loiça. Há malhas de guitarra que entram para furar os ouvidos, as letras tanto dão coices como carícias, o baixo dança de crista em riste, a bateria evoca pentagramas. Se os tipos do grunge não tivessem morrido, talvez soassem assim agora. É rock, com a honestidade que se lhe deve quando se tenta observar a vida de perto com olhos de satélite. Só dúvidas, zero respostas.

Megafauna é lançado em vinil, CD e nas plataformas digitais a 5 de Maio, pela editora portuense Saliva Diva. Foi produzido pelo próprio com Ricardo Cabral e Manuel Molarinho (Baleia Baleia Baleia) no entretanto gentrificado Quarto Escuro, no Porto.

Com a base rítmica fornecida por Molarinho (baixo) e Xinês (bateria), o disco conta com as participações de Francisco Lima (Conferência Inferno), Rodrigo Pedreira (Duas Semicolcheias Invertidas), e o coro formado por Angelina Nogueira e Rebecca Moradalizadeh. A masterização ficou a cargo de Joel Figueiredo (Omitir) e a arte gráfica foi criada por Cristina Viana.
Os concertos de apresentação confirmados são: 18 de Março no CAEP em Portalegre, 29 de Abril no GentriFest no Porto, 24 de Junho no Maus Hábitos em Vila Real e 20 de Agosto nas Festas de São Fecundo em Abrantes.
https://danielcatarino.bandcamp.com
https://www.instagram.com/catarinod
https://www.facebook.com/catarinodaniel
https://salivadiva.bandcamp.com

Guilherme Gomes apresenta Napa – Logo Se Vê (2023) (entrevista)

Guilherme Gomes apresenta Napa – Logo Se Vê (2023) (entrevista)


Entrevista com Guilherme Gomes (12/07/23)
Autor: Francesco Valente


Napa – Logo Se Vê (2023) (álbum)


“Assim, Sem Fim” marcou o início de um novo capítulo dos NAPA. A banda não é de agora, mas o nome é novinho em folha. Antes conhecidos como Men On The Couch, os NAPA trazem um novo nome para o público mantendo intacta a sua identidade musical.
 
Os NAPA nasceram na cave de uma avó no Funchal no ano de 2013. Os contornos da banda foram-se formando entre a energia dos Arctic Monkeys e Red Hot Chilli Peppers, o à vontade dos Beatles e a sensibilidade de Caetano Veloso e Tom Jobim. A fórmula amadora e inocente das primeiras composições da banda (em inglês) cativou a atenção de amigos, família e não só. Trocaram o inglês pela língua materna, e a cave da avó pelo estúdio. Em 2019 gravaram o seu primeiro disco Senso Comum nos conhecidos Black Sheep Studios em Sintra, ainda sob o nome Men On The Couch. As melodias contagiantes e o espírito cru e melancólico do disco ressoavam gradualmente nos corações dos portugueses apaixonados. A apresentação esgotada no Sabotage e os consequentes concertos só vieram reforçar a força das canções.
 
A banda lançou o seu segundo LP Logo Se Vê com uma roupagem mais madura, mas um espírito sempre moço. O novo álbum vem com novo nome de banda e desafia as premissas estabelecidas em Senso Comum, trazendo para cima da mesa maior complexidade e inventividade na estrutura de muitas das canções. A veia pop romântica continua a pulsar no corpo do disco, mas a fome de descobrir novos ritmos e texturas musicais é evidente ao longo do álbum.
 
O novo álbum dos NAPA é uma edição de autor com distribuição da Universal foi lançado no dia 26 de Maio. 
 
https://www.instagram.com/os_napa/
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https://www.tiktok.com/@_napa_napa

Kastrup – Entrevista (17-05-23)

Kastrup – Entrevista (17/05/23)

Guilherme Kastrup, é músico e produtor brasileiro, de passagem em Portugal onde irá apresentar-se ao vivo no Espaço Bota no dia 14/06/23 (Lisboa). Kastrup convida músicos e produtores a participar do seu workshop no domingo dia 21/05 em Sintra no espaço Casarão da Lua (https://www.instagram.com/casaraodalua/) e no dia 25/05/23 no espaço Yantra, no Porto (https://www.yantraporto.com).

KASTRUP, Mini Bio 
Guilherme Kastrup, carioca radicado em São Paulo, vem ao longo de mais de vinte e cinco anos de carreira, contribuindo com seu talento de baterista, percussionista e produtor musical para o trabalho de diversos artistas do Brasil e do mundo como Elza Soares, Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhoto,  As Bahias e a Cozinha Mineira, Chico César, Ney Matogrosso, Tom Zé, Zeca Baleiro, Ju Strassacapa,  Selma Uamusse (Moçambique), Roberto Fonseca (Cuba ),  PAUS ( Portugal ), Selton ( Itália ),  entre muitos outros.
Reconhecido pela criação e direção do premiado projeto A Mulher do Fim do Mundo (2015) – Grammy Latino, APCA, Prêmio da Música Brasileira – que uniu a legendária Elza Soares à inquieta turma da cena musical contemporânea de São Paulo como Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral. Foi também responsável pela produção musical do álbum Deus é Mulher (2018) e pela direção musical dos dois espetáculos, que ficaram em turnê mundial de 2015 até 2019.
Como autor, Kastrup tem 3 álbuns lançados. Os projetos solo Kastrupismo (2013) e Ponto de Mutação (2018) e o projeto Sons de Sobrevivência (2014) em trio com o pianista Benjamim Taubkin e a percussionista Simone Sou. Atualmente, além dos concertos de seu último álbum, Kastrup vem se dedicando também a parte didática, com workshops e palestras por várias cidades do mundo, e a direção de espetáculos como Prêmio Raça (SP) , Somos Moçambique (SP) e o Festival latino americano de residência artística Madambé (Equador).

conheça melhor o artista: guilhermekastrup.com
conheça o novo disco: http://pontodemutacao.guilhermekastrup.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guilherme_Kastrup

Afeganistão – Ustad Fazel Sapand #1(29/03/23)

Afeganistão – Ustad Fazel Sapand #1 (29/03/23)

Fazel veio para o estúdio da Rádio Olisipo para contar um pouco a sua história e sobre a sua cultura. Oriundo de Herat (Afeganistão), estudou em Kabul e hoje reside em Lisboa, onde atua como músico e professor.

Durante a entrevista Fazel, mostra o harmonium (instrumento indiano), explica as características do instrumento e canta algumas peças clássicas do repertório Qawali.apand

Fazel está disponível para dar aulas de vários instrumentos ligados à música clássica indiana: sitar, rubab, tablas, harmonium entre outros.

Boa escuta!

CURA – A Música Portuguesa A Gosta Dela Própria -Tiago Pereira (entrevista)

| CURA |o espaço físico daMúsica Portuguesa a Gostar Dela Própria   FESTA DE INAUGURAÇÃO
Dias 24, 25 e 26 de março 2023  
CURA é o lugar da Música Portuguesa a Gostar Dela Própria. Sediado em Serpins, concelho de Lousã, distrito de Coimbra. É no centro do país que será inaugurado, no dia 25 de março de 2023, o espaço físico que celebra 100 anos de tradição oral portuguesa.

“CURA é o nome que vamos dar ao espaço físico da Associação A Música Portuguesa a gostar dela própria, resultante de uma candidatura à Operação Renovação de Aldeias. CURA significa a ação do tempo e celebra todo o nosso trabalho de registo audiovisual da memória colectiva portuguesa, dos últimos 100 anos. Gravando desde 2011; canções, músicas, práticas religiosas, artesãos, histórias de vida, sempre na primeira pessoa a cidadãos que nasceram entre 1920 a 1990, e, acompanhando, assim, a mudança de uma era. Com mais de 7000 vídeos que podem ser agora vistos e ouvidos no mesmo espaço, em Serpins, colocamos todo o mapa de Portugal nesta pequena vila do Concelho da Lousã. Onde estamos à mesma distância do Algarve e de Trás- os– Montes. Revelar este espólio num sítio único, destacar uma montra de artesãos, organizar debates, oficinas de saberes, trabalhar numa programação na busca incessante de humanização da cultura oral portuguesa.   O processo foi longo, mas foi muito bonito chegar até aqui e sabendo sempre que isto é só o início. Espero-vos ver em breve aqui, nesta CURA possível, um espaço de partilha e de escuta, onde se honra o legado do passado nunca descurando o presente e o futuro. A memória colectiva regenerativa. Promover a partilha e a escuta, esta é a nossa missão.   Tiago Pereira, fundador d’A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria.   Combater a escassez da oferta cultural na zona centro do país, promover a diversidade artística, revelar tradições, e acima de tudo celebrar a mestria dos nossos anciãos, lutando contra o idadismo, são traves mestras na edificação de uma nova geografia que terá, em Serpins, as suas fundações.

CURA O ESPAÇO   Tratando-se de um espaço físico, CURA permite o contacto com o outro lado menos visível da Associação A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, as suas edições, uma revista semestral, Serpins Magazine que pode ser lida e adquirida, tal como os mapas ilustrados por diversos ilustradores,  Mantraste, Mafalda Salgueiro, Ana Gil, com códigos digitais para os vídeos gravados em Vila Nova de Poiares, Montemor-o-Novo, Alandroal e até todo o Baixo Alentejo e também os discos editados e produzidos por Tiago Pereira, “TOMO 1” de Sílvio Rosado e em breve “O Bombo” do percussionista Tiago Sami Pereira, ou ainda os documentários realizados e produzidos, As memórias da Mina da Panasqueira ou as Polifonias de Arouca, a Música Invisível sobre a música cigana em Portugal e muitos mais. Aqui vai nascer a Tasca Digital, um espaço com chão de azulejo, um balcão, mesas de taberna e uma mesa digital interactiva, onde se pode assistir aos vídeos do espólio da MPAGDP enquanto se provam vinhos e queijos de várias regiões do país, permitindo uma fruição e um conhecimento interactivo do país. Em cima há um espaço multifunções equipado com sistema de som e projetor de vídeo onde se pode assistir a filmes,debates, espectáculos de música ou de dança ou participar em oficinas.   CURA tem o apoio da Fundação Inatel, Junta de Freguesia de Serpins e Câmara Municipal da Lousã.

INAUGURAÇÃO CURA    dias 24, 25 e 26 de março 2023   PROGRAMA DAS FESTAS               
24 Março
·       Ensaios para o ‘Coro da Janelaao fim do dia. A Direção do Coro é do Maestro Nuno Costa. Atividade aberta a quem quiser participar, com a população local e de fora. ·       Concerto com Rua das Pretas no Miradouro da casa Cortez às 21h; ·       Visita às instalações da Cura.               
25 Março ·     Parada Musical com mais de 300 músicos vindos do país todo, do Alentejo a Trás os Montes, entre o 12h e as 14h; ·      Piquenique e Mega Almoço com os chefs André Magalhães (Taberna da Rua das Flores, Lisboa), e José Júlio Vintém  (Tomba Lobos, Portalegre), a decorrer em simultâneo, na cozinha do Rancho Folclórico e na Praia Fluvial Senhora da Graça (respetivamente) às 14h; ·       Atuação DJ MARYZKA no Palco da Praia Fluvial às 21h.             
26 Março ·       A casa Cortez, memória daquilo que é hoje a Cura às 10h; ·       Passeio pelas memórias de Serpins às 11h; ·      Inauguração  da TASCA Digital na Cura, com Concertos e conversas variadas das 14h às 20h.

Festival Emergente – Entrevista com Carlos Gomes(2022)

Entrevista Lusofonia Record Club (álbum de Letieres Leite e Orquestra Rumpillez)

Fábrica das Águas – Open Studio (entrevista Com João Mouro & Paolo Morais)

Kateryna Avdysh “O Meu Mar” (2022) (single + entrevista)

Valerio Giovannini – “O Poder Revolucionário da Verdade” #2 Entrevista (23/11/22)

Jorge Moniz – Cinematheque (2022) (Entrevista + Álbum)

Rita Dias – Morremos Tanto Para Crescer- (2022) (álbum + entrevista)